NEGRITUDE DF: Unegro convoca protesto contra racismo de Bolsonaro

31 de março de 2011

Unegro convoca protesto contra racismo de Bolsonaro

A União dos Negros pela Igualdade Racial organizará uma manifestação na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro (RJ), às 17 horas de terça-feira (5), em protesto contra as declarações racistas e homofóbicas do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ). Na última segunda, em depoimento ao programa CQC, da TV Bandeirantes, Bolsonaro declarou que seus filhos não correm o “risco” de namorar negras porque são “educados”.

Foi uma resposta à cantora Preta Gil, que lhe perguntou se ele aceitaria o relacionamento dos filhos com mulheres negras. “Não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja”, afirmou o deputado. “Não corro esse risco porque os meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu.”

Em nota, a direção estadual da Unegro do Rio de Janeiro repudiou as declarações. Segundo a entidade, “está havendo por parte da direita de nosso país uma tentativa de impor uma correlação de forças desfavorável às ações afirmativas e conscientização do povo contra o racismo e as demais formas de discriminação”.

A Unegro afirma que a entrevista de Bolsonaro ao CQC “choca a todos e todas brasileiros por seu conteúdo fascista, uma vez que em poucas frases conseguiu expressar seu ódio a toda diversidade que só engrandece a Nação Brasileira. Seus ataques de conteúdo racistas, contra o homossexualismo e a independência e acesso aos espaços conquistado pelas mulheres estão explicitados tanto nas críticas feitas a presidenta Dilma Rousseff quanto nas agressões contra a cantora Preta Gil”.

A nota também critica a “eterna defesa” que Bolsonaro faz do regime militar (1964-1985) e acusa o “o caráter doentio desse parlamentar”. De acordo com a entidade, o deputado representa as “últimas forças do arbítrio em nosso país”, “usa seu direito a imunidade parlamentar para fomentar o racismo e o ódio a homoafetividade”, além de se apresentar como “o adversário mais histriônico das conquistas e das lutas do povo brasileiro por igualdade de oportunidade e espaços reais de poder”.

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NEGRITUDE DF E ENTORNO

2011. Lá se vai mais de um século do fim da escravidão e, depois de tanto tempo, ainda é difícil ser negro no Brasil. Absurdo, mas é preciso haver um dia pela eliminação da discriminação racial, em um momento em que a ciência desvenda e enrosca de um lado para o outro a espiral do DNA. Há tantos avanços em todos os campos do conhecimento e, ao mesmo tempo, vive-se a contradição do status pela cor da pele.

O Negritude DF & Entorno chega para contribuir com a discussão, sem sectarismo ou maniqueísmo ou apelar para o denuncismo vazio e desconstrutivo. Quer trazer os fatos, os episódios bizarros e também os avanços nas relações entre homens e mulheres empenhados em construir e consolidar uma cultura de paz.

Embora a exclusão ou a discriminação não tenham nenhum sentido na contemporaneidade e menos ainda na aldeia global em que se transformou o planeta, elas existem. Estão aí. Contaminam as relações, conspiram contra a vida e o viver. Põem em xeque o conhecimento e a maturidade da humanidade.

No Brasil, tentam tornar invisível mais de 50% dos 190 milhões de pessoas que asseguram a expressão continental do nosso país. Buscam apagar a contribuição dos negros e das negras na composição do tecido cultural brasileiro. Impossível, mas tentam.

O Negritude do DF & Entorno é um espaço para exibirmos esses ridículos e encantarmo-nos com o belo, nas suas mais diversas formas de expressão e que dão aos homens e mulheres a condição de superioridade frente aos demais seres do planeta, independentemente da carga de melanina que carregam.

O Negritude DF & Entorno propõe-se a divulgar a agenda dos diferentes atores sociais que lutam pela eliminação do racismo e da discriminação. É um espaço aberto para você participar, com suas idéias, propostas, experiências. Aqui, não é a pigmentação da pele que conta, mas o seu compromisso com a equidade, com a solidariedade e com a formação de uma sociedade justa e sem desigualdades.