30 de março de 2011

Atitude de Bolsonaro: agora é com Congresso e a Justiça

Em menos de uma semana, pelo menos dois integrantes da Câmara dos Deputados deram demonstrações inequívocas do preconceito arraigado dentro de alguns setores do Parlamento brasileiro. O primeiro foi o deputado Júlio Campos (DEM-MT) que se referiu ao ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, como "moreno escuro". Barbosa foi o primeiro negro a chegar ao STF em toda a sua história.
Na noite de segunda-feira, sem meias palavras, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) associou a mulher negra, e os negros em geral, à promiscuidade.
Com as honrosas exceções, o Congresso Nacional ainda está impregnado de preconceitos, que não atingem apenas os negros. Estende-se às mulheres, aos homossexuais, aos homens e mulheres do campo e a outros segmentos da sociedade brasileira.
Lamentável que essas manifestações, condenadas pela Constituição de 1988, tenham origem no Congresso Nacional, espaço de encontro de homens e mulheres eleitos pela sociedade para bem representá-la em quaisquer fóruns e instâncias de poder.
Condenável que homens, supostamente preparados e conhecedores da formação étnica da sociedade brasileira, tenham atitudes incompatíveis com os avanços conquistados na Constituição Federal e mais ainda com o desenvolvimento socioeconômico do país.
As manifestações de repúdio e indignação em relação ao inominável comportamento de Bolsonaro revelam que parcela da sociedade brasileira não está mais disposta a conviver com tamanha ignomínia, reveladora da incapacidade de muitos para o exercício político e da prática parlamentar.
A artista Preta Gil, merecedora de toda a solidariedade, avisou que recorrerá às últimas instâncias para conter a fúria racista e homofóbica de Bolsonaro. Esperamos ela vá mesmo em frente e que a Justiça, bem como o Congresso, dê um basta exemplar à saga insana de deputados, que tornam o nosso país menor ao fazerem apologia do racismo em uma sociedade plural como a brasileira.

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