Professor Marcelo Paixão: “No Brasil, nós temos sempre o desafio do tal mito da democracia racial.” |
Grupo reunido em Genebra, até esta sexta-feira, formulará recomendações a governos; integrante brasileiro diz que indicadores de seu país demonstram desafios enfrentados pelos negros na sociedade.
Combate é desafio
Especialistas em combate ao racismo estão reunidos em Genebra, na Suíça, para a 10ª. sessão do Grupo de Trabalho de Peritos sobre Afrodescendentes. O professor do Instituto de Economia da Ufrj, Marcelo Paixão, está participando da reunião. Nesta entrevista à Rádio ONU, de Genebra, ele falou sobre o combate ao racismo no Brasil.
Taxa de Homicídios
“No Brasil, nós temos sempre o desafio do tal mito da democracia racial. E o que a gente vai apresentar aqui são estudos que não caminham neste sentido. Com base nos indicadores sociais, o salário médio de uma pessoa negra no Brasil é pouco menos da metade do salário de uma pessoa branca. A taxa de homicídios que incide sobre homens negros no Brasil é mais do que o dobro do que incide sobre os homens brancos. Então não faz sentido dissociar estes dados de uma discussão mais específica do que significam os padrões brasileiros de relações raciais”, afirmou.
Na segunda-feira, os peritos independentes também participaram de um painel do Alto Comissariado de Direitos Humanos sobre o reconhecimento, justiça e desenvolvimento para descendentes de africanos e o caminho a seguir.
As Nações Unidas estabeleceram 2011 como o Ano Internacional dos Povos Afrodescendentes. O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, informou que será construído na sede da organização, em Nova York, um monumento em memória das vítimas da escravidão e do tráfico transatlântico.
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