A tragédia na escola de Realengo, no Rio de Janeiro, ressuscitou a ideia de combate ostensivo à produção e venda de armas munição. Pretende-se aproveitar o momento de comoção social para mudar o resultado do plebiscito, realizado há cerca de cinco anos, que manteve a produção e venda de armas e munição em todo o país. Embora à medida tenha tenham agregado exigências mais rigorosas para o porte de armas, o resultado da consulta popular trafegou na contramão dos pilares de uma cultura de paz.
A tentativa de eliminar as armas é louvável, mas nem de longe vai contribuir para acabar com a violência. Não há eliminação da vida apenas pelas armas de fogo ou brancas. Muitos outros fatores conspiram contra a paz, a começar pela intolerância que hoje tornam as pessoas mais agressivas e dispostas a ceifar a vida do outro.
Provavelmente, se houvesse de fato uma preocupação maior com a vida, não faltariam recursos para a educação, para a saúde e para a segurança pública. Todos esses setores que conferem qualidade de vida às pessoas têm sido negligenciados pelo Estado brasileiro e, principalmente, por aqueles que estão no Congresso Nacional, responsáveis pela fiscalização da execução das políticas públicas.
Mas é do Parlamento que emergem os grandes escândalos, envolvendo desvios de recursos públicos e muitas outras ilegalidades que comprometem a realização das mais legítimas demandas da sociedade brasileira.
Assim, não basta desarmar os indivíduos. Isso é necessário, como é indispensável mais seriedade daqueles que detêm o poder e dele fazem uso em proveito próprio ou de grupos cujos interesses estão dissociados do bem coletivo.
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